sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ARQUEOLOGIA ILHA GRANDE RIO DE JANEIRO

“O DESGASTE DENTÁRIO NA POPULAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA DO ILHOTE DO LESTE NA ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO”.
VERA LÚCIA LOPES DE MEDEIROS MARIA

RESUMO


O presente trabalho teve a finalidade de analisar a questão à cerca dos padrões de desgaste dentário resultante da atricção entre maxilares e mandíbulas na população pré-histórica, que teve por habitat o Sambaqui do Ilhote do Leste, situado no morrote existente entre as praias do Sul e do Leste, na Ilha Grande, a qual pertence ao município de Angra dos Reis - litoral sul do Estado do Rio de Janeiro.
As análises realizadas nas amostras dos dentes e das arcadas dentárias que fazem parte da coleção pertencente ao Departamento de Antropologia Biológica do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista indicaram que esta população sofreu desgaste dentário de intensidade extensa a moderada.
O conjunto de molares examinado mostrou que estes foram os dentes mais atingidos pelo desgaste. Não foi percebida uma diferença significativa entre dentes de indivíduos de sexos diferentes.
Quanto à faixa etária, pode-se perceber que os indivíduos jovens apresentaram menores graus de desgaste em relação aos indivíduos adultos.
A única amostra presente neste estudo, estabelecida como pertencente a uma criança, já demonstrava a existência de desgaste dentário de tipo leve de forma uniforme, tanto no maxilar superior quanto na mandíbula.

FICHA CATALOGRÁFICA





De Medeiros Maria, Vera Lucia L.
“O desgaste dentário na população pré-histórica do Ilhote do leste na Ilha Grande – Rio de Janeiro”. Vera Lucia Lopes de Medeiros Maria. – Rio de Janeiro: UFRJ/MN/DGP, 2004.
V I, 44 f, il.; 29,7 cm.
Orientador: Prof. Dra. Claudia Rodrigues
Monografia (especialização): UFRJ/MN/DGP / Programa de Pós Graduação em Geologia do Quaternário, 2004.
Referências Bibliográficas: f. 43-44.
1. População pré-histórica do Rio de Janeiro. - 2. Desgaste dentário . I. De Medeiros Maria, Vera Lucia, II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Departamento de Geologia e Paleontologia, Programa de Pós Graduação em Geologia do Quaternário III. Título

Blog do Bene Rodrigues: Mudanças climáticas e chuvas no Rio de Janeiro

Blog do Bene Rodrigues: Mudanças climáticas e chuvas no Rio de Janeiro

Mudanças climáticas e chuvas no Rio de Janeiro

Mudança climática ou ruptura do padrão ambiental atual?
Por Luís Henrique Ramos de Camargo – geógrafo e doutor em geoecologia pela UFRJ, Professor de Ecologia Política UERJ-Caxias e FEUC. – autor do livro A Ruptura do Meio Ambiente lançado pela Bertrand e A Geoestratégia da Natureza que será lançado ainda este ano pela mesma editora.
geocamargo@ig.com.br
A recente tragédia ocorrida na região serrana do estado do Rio de Janeiro não representa apenas um fenômeno climático que causou danos irreversíveis à sociedade local significa na verdade um processo imprevisível devido a sua magnitude, pois mesmo o mais atento cientista jamais imaginaria que esta fúria de titãs ocorresse destruindo o que há tanto tempo se mantinha. Na verdade, nem a ciência normal e nem os moradores locais imaginavam que as chuvas, que em geral, provocam problemas nesta época do ano, destruiriam de forma tão drástica o que se mantinha há décadas ou há séculos.
Emerge aqui duas questões que considero de profunda relevância para nossos dias, a primeira se relaciona a como entendemos a relação entre o homem e a natureza, a segunda é o grave erro pertinente a farsa do que chamamos de mudança climática. Pois hoje em nossos dias é comum relacionarmos todos os graves problemas do meio ambiente a alterações do clima que seria fruto do excesso de gases estufa na atmosfera.
Essa questão vai de encontro à própria lógica natural, pois em suspensão os gases estufa sofrem reações e se transformam, além disso, e de forma muito mais séria, o planeta ao longo dos seus 4,5 bilhões de anos de existência já passou por diferentes combinações atmosféricas e também já possuiu várias ecologias. E além do mais, se o clima está mudando, isso significa que tudo está em processo de transformação, porque o clima se relaciona a diferentes outros sistemas como o solo, vegetação dentre outros. Na verdade o planeta é uma totalidade indivisível em constante transformação. E é esse fluxo espaço-temporal que gera as mudanças.
Ao longo da história de nosso planeta cada período geológico possuía uma combinação de elementos formando o que convencionamos chamar de padrão, ou seja, uma estrutura que se mantém por um determinado tempo. Assim, sucessivamente o planeta atravessou várias fases ou padrões de organização sistêmicos. Por isso, a idéia de que somos eternos se esvai deixando de lado nosso mito de que o planeta Terra é imutável em sua dinâmica interna.
Descartando a hipótese de que vivemos apenas uma mudança climática, outros acreditam que estamos prestes a viver um superaquecimento, e essa hipótese se baseia também em repetição de uma lógica conhecida, e isso se explica pelo entendimento da principal característica da era geológica atual o cenozóico que são as sucessivas glaciações que a mesma já atravessou. Estaríamos assim, vivendo em uma fase interglacial, onde em breve outra época de congelamento surgiria.
Sabe-se que antes de uma glaciação é comum um superaquecimento do planeta, assim, muitos afirmam que estamos próximos de uma nova glacial, porém, pretendo aqui ir além, colocando que, assim como afirma o grande ganhador do Nobel Ilya Prigogine, estamos vivendo o fim das certezas.
Para confirmar a certeza de que viveremos em breve uma nova glacial basta acreditar que este padrão de comportamento se repetira, porém, de forma diferente, essa certeza se esvai tendo em vista que no passado a espécie humana não habitava este planeta e, portanto, pensando sistemicamente, a hipótese do superaquecimento que precede uma nova glaciação pode não ocorrer.
Essa verificação científica que não se prende a bagagem cartesiano-newtoniana observa que, de forma diferente do que pensava Isaac Newton, o planeta e sua natureza, não segue uma racionalidade linear onde o que está por vir pode ser previsto. Muito pelo contrário, devido à grande complexidade apresentada sistemicamente pelo meio natural o futuro torna-se cada vez mais imprevisível.
Na verdade nosso planeta, que é constituído de um macro padrão que se mantém, possui internamente diferentes subsistemas que trocam energia e matéria entre si alterando sua dinâmica espaço-temporal constantemente.
E, assim como a famosa frase que nos ensina que o bater de asas na Amazônia brasileira pode provocar um tornado no deserto do Texas, o planeta Terra, sendo um grande sistema, recebe informações de todos seus subsistemas, onde cada região geográfica participa da construção do que está por vir.
Para entender melhor essa questão, verifique que em qualquer lugar a junção dos sistemas solo, vegetação e clima possui um tênue equilíbrio, onde qualquer modificação em um deles provocará alterações em todos os outros. Sendo assim, imagine que ao longo do tempo, seja com a agricultura, seja com a urbanização, nossa espécie provocou e provoca diferentes desequilíbrios, onde a natureza se vê em constante busca de novos processos de organização, redefinindo-se constantemente.
Por isso que cada espaço geográfico é também responsável pela manutenção do equilíbrio do atual padrão de organização ecológico-geológico do planeta. Assim, devemos repensar nossas políticas públicas redefinindo não apenas nossas políticas ecológicas, porém também seu teor cartesiano-newtoniano que subordina a natureza às políticas econômicas neoliberais.
É importante que a economia comece a entender as políticas ecológicas a partir de uma visão sistêmica, onde não há verticalidade e sim horizontalidade, democracia e participação popular nas decisões de cada lugar. Não adianta conferencias onde somente os poderosos e sua ciência têm voz, é necessário que cada comunidade, cada lugar de sua participação na nova ordem que deve começar a ordem ecológica, onde o homem deixa de ser senhor e dono do meio ambiente, tornando-se o que sempre foi, a própria natureza.