quarta-feira, 23 de setembro de 2009

CBA ONLINE 01

CENTRO BRASILEIRO DE ARQUEOLOGIA


Utilidade Pública - Lei 910, de 04/02/1966.
Assembléia Legislativa do Estado da Guanabara
Reg. Nº. 01, em 13/12/1968, no Conselho Federal de Cultura.


CBA ON-LINE

Informativo Nº. 001 - Rio de Janeiro, 21/09/2009.

EDITORIAL
Cada dia mais se intensifica o uso dos recursos da internet na comunicação. Consoante essa realidade, o Centro Brasileiro de Arqueologia resolveu lançar mais um veículo de informação institucional, o seu boletim on-line que vem se somar ao tradicional CBA Noticias e ao site.
A diretoria do CBA disponibiliza o primeiro numero do Informativo, neste dia vinte e um de setembro, não por ser um dia emblemático para a arqueologia nacional e para o CBA - fundado justamente em um dia vinte e um, em novembro de 1961.
No momento em que a bela e histórica Belém do Pará recebe o XV Congresso de Arqueologia da SAB, o Informativo do CBA On-line, ao mesmo tempo em que confraterniza com os congressistas, deseja um evento de pleno sucesso.
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XV CONGRESSO DA SOCIEDADE DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA
"Arqueologia e Compromisso Social: Construindo Arqueologias Multiculturais e Multivocais"
20 a 23 de Setembro de 2009 Belém/PA - Centro de Convenções do Hotel Sagres
Informações: 55 (91) 3249 2635 / 55 (91) 8115 8497 - http://www.blogger.com/
Fonte: http://www.blogger.com/

CENTRO DE ARQUEOLOGIA AMBIENTAL

O CENTRO DE ARQUEOLOGIA AMBIENTAL é um órgão do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo localizado em Piraju, Estado de São Paulo. Idealizado pela arqueóloga Luciana Pallestrini, suas raízes remontam os anos 1960, quando a equipe de arqueologia do Museu Paulista da Universidade de São Paulo iniciou suas atividades no trecho médiosuperior da bacia do rio Paranapanema. Naquela ocasião foram abertas algumas frentes de escavação arqueológica nos municípios de Itapeva, Piraju e Campina do Monte Alegre (então distrito do Município de Angatuba). O que sinalizou e tornou realidade a implantação deste CENTRO foi a necessidade de se criar uma base operacional que apoiasse as atividades de campo e de laboratório executadas pela equipe de arqueologia na região do Paranapanema. No entanto, a melhor justificativa para tal empreendimento certamente foi o significativo potencial arqueológico da área; isto havia exigido, ainda em 1968, a organização daquele que é o mais antigo programa acadêmico de pesquisas arqueológicas do Estado de São Paulo, o PROJETO PARANAPANEMA. De fato, os vínculos entre o centro e o programa acadêmico têm sido inalienáveis e isto se explica por uma relação de permanente reciprocidade: o CENTRO REGIONAL é produto do PROJETO PARANAPANEMA e, na prática, a permanência de ambos tem sido garantida pelo mútuo envolvimento em objetivos convergentes.

Leia mais: Piraju - http://projetoportoseguro-piraju.blogspot.com/



NOVO CANAL DE TELEVISÃO PORTUGUESA DEDICADO À ARQUEOLOGIA: WEBTV

Fruto de uma parceria entre o Centro Europeu de Investigação CEIPHAR e a empresa Benefits & Profits e com sede no Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, o novo canal permitirá consultas de arquivos de vídeos e artigos, relacionados com os projetes de investigação e museologia arqueológica coordenados pelo Instituto Politécnico de Tomar (IPT), para além das emissões diretas.
As emissões diretas tiveram o seu início na quinta-feira, cinco de março as 9h, com as Jornadas de Arqueologia Ibero-Americana, que assim podem ser seguidas por todos os interessados.

Com correspondentes em mais de 15 países, o canal de televisão oferecerá reportagens sobre os projetos do IPT, do Museu, do Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo (CIAAR) e do conjunto das equipas articuladas no Grupo de Quaternário e Pré-História do Centro de Geociências (FCT), na Europa (Portugal, Espanha, Itália, Grécia), América do Sul (Brasil, Colômbia) e África (Senegal, Angola).

Leia mais: http://www.arqueomacao.tv/

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SAMABAQUIS DE CUBATÃO SÃO DESTAQUE NO CONGRESSO DE ARQUEOLOGIA DE BELÉM DO PARÁ

Estudando a pré-história, o arqueólogo Manoel Gonzalez trouxe à tona uma tese que pode mudar completamente a visão do passado: segundo ele, Cubatão teria sido o berço da ocupação humana na Baixada Santista. Uma das linhas que ajudariam a preservar o patrimônio cultural da cidade é um plano de estudo e pesquisa dos sambaquis. E esse vai ser um dos temas defendidos por ele no XV Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira. O evento, que reúne as principais autoridades e especialistas no assunto, acontece em Belém, no Pará, de 20 a 23 de setembro.

Gonzalez apresentará à comunidade científica um plano de manejo elaborado para estudo e pesquisa dos sambaquis, de maneira que essa atividade venha a preservar os sítios históricos e pré-históricos de Cubatão. Os sambaquis são montanhas de conchas onde estão depositados alimentos e objetos que reconstroem a ocupação humana. “Junto dessas montanhas há adornos, dentes, machados de pedra e até peças de pedra no formato de animais”, garante o arqueólogo. Importante dizer que já foram identificados nove sambaquis no município: dois no Parque Cotia - Pará, um no Vale Verde, cinco dentro da Usiminas e um no braço do Rio Quilombo.

Gonzalez defende criação do Parque Arqueológico Cotia-Pará

Os estudos de Gonzalez resultaram em ações mais efetivas, como a criação do Parque Arqueológico Cotia-Pará. O projeto, elaborado pela Secretaria de Cultura e Turismo, está em tramitação na Prefeitura. Tem o apoio da Faculdade de Arqueologia da Universidade de São Paulo (USP). Os planos de Manoel Gonzalez incluem, ainda, as escavações do Sambaqui Cotia - Pará 2, além da tentativa de preservação e restauro da Vila Fabril. “A geração do presente não pode interromper este legado às gerações futuras. Há de se valorizar e proteger este recurso cultural finito, que são os patrimônios culturais”.

Congresso – Com o tema "Arqueologia e Compromisso Social: Construindo Arqueologias Multiculturais e Multivocais", o congresso discute o compromisso social do arqueólogo e a socialização da produção do conhecimento. Isso implica em debater também o acesso aos bens arqueológicos e ao conhecimento produzido sobre eles, além das estratégias de proteção e preservação. A intenção é ampliar o debate sobre o que deve ser preservado, como e por quê. Mais informações sobre o congresso no site http://www.blogger.com/

Com base no texto original de: Morgana Monteiro


SOCIEDADE PARAIBANA DE ARQUEOLOGIA - SPA

O Boletim Informativo da SPA, de publicação mensal, reúne artigos e textos sobre as ações arqueológicas ocorridas durante o mês em toda a Paraíba. Ele possui uma grande importância documental, registrando eventos, ações e pesquisas desde a criação da SPA, em dezembro de 2006. Por este motivo, o público leitor desta publicação é vasto, indo desde aficionados por arqueologia geral e da Paraíba, até profissionais da área, que em grande medida podem compreender como os testemunhos arqueológicos pré-históricos são distribuídos no Estado da Paraíba, a partir de seus achados, já que apenas nos últimos anos é que a arqueologia paraibana tem sido objeto de estudo.

Acessem os Boletins 01 a 38 pelo site do Museu de História Natural da Universidade Estadual da Paraíba.
O Museu de História Natural da UEPB foi criado para ser um espaço interativo e permanente de produção, divulgação e popularização do conhecimento. É objetivo do MHN apresentar para a comunidade o acervo arqueológico, paleontológico, faunístico, florístico, espeleológico e geológico da região de Campina Grande e região, bem como pesquisar sobre as evidências da cultura material, como também o material faunístico, florístico, geológico e fossilífero do estado da Paraíba. Seções do MHN: arqueologia, paleontologia, espeleologia, geologia, fauna e flora.

Endereço da SPA - Largo do Açude Novo, Centro, Campina Grande-PB.


MUSEU DE ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICO

Após a descoberta de vestígios de um naufrágio na praia dos Ingleses, em Florianópolis/Santa Catarina, um grupo de mergulhadores preocupados com os saques nos sítios arqueológicos submersos da costa brasileira, decidiu formar uma ONG com o objetivo de pesquisar, resgatar e preservar tais locais. Assim, um projeto pioneiro no Brasil foi criado, recebendo apoio do Governo do Estado de Santa Catarina em março de 2004, quando foi inaugurada a base de operações e Centro de Visitação PAS na praia dos Ingleses, possibilitando que o público tenha um contato direto com os trabalhos de pesquisa desta embarcação soçobrada próxima a praia.

Os bens culturais que compõem o núcleo inicial do museu são oriundos do resgate arqueológico de uma embarcação provavelmente espanhola, soçobrada entre o final do século XVII e o início do século XVIII, na praia dos Ingleses, canto direito (Costão Sul), na cidade de Florianópolis, Santa Catarina.

Em 1989, objetos de cerâmica semi-enterrados no leito marinho foram localizados por Alexandre Viana na Praia dos Ingleses, enquanto praticava pesca submarina. Mais tarde, estes objetos foram identificados como sendo “botijas peruleiras” de origem espanhola. Assim, surgiram os indícios que apontavam para a existência do naufrágio de uma embarcação procedente da Europa.

Em 2001, os pesquisadores Alexandre Viana, Marcelo Lebarbenchon Moura e Narbal de Souza Corrêa iniciaram estudos para realizar a exploração deste sítio arqueológico.

Com a autorização da Marinha do Brasil, começaram as buscas no sítio através de técnicas arqueológicas. Desde então, os trabalhos têm sido reconhecidos como o melhor da área no Brasil, inclusive por técnicos da própria Marinha.

LOCALIZAÇÃO:

No canto direito da praia dos Ingleses, na Marina.

Horários de funcionamento: de Segunda a Sexta - de 10:00 até 17:00 horasFecha para almoço: 12h às 14h. Sábado abre das 10h às 12h

CRÉDITOS:
http://www.pdic.com.br/pdic2005/letreiro/dn_114.asp



VILA DA RAINHA PODERÁ SER PARQUE ARQUEOLÓGICO
A construção de uma represa na divisa do RJ com o ES levou à descoberta de um importante sítio arqueológico. A barragem foi desviada para salvar o sítio que foi estudado por pesquisadores do Museu Nacional, segundo eles, no local das ruínas de um cais construído por Pero de Góis, donatário de capitania, que, em 1536, tentou implantar ali uma colônia com base na cana de açúcar. Com escassos recursos humanos e materiais, Góis percebeu ser o local interessante por ter muita água e mata para fornecer lenha. Os indígenas foram usados como mão de obra apesar das dificuldades de adaptação. Uma viagem de Pero a Portugal botou tudo a perder. Um aventureiro se aproveitou, invadiu a área, matou índios, aprisionou o cacique, o que resultou em guerra contra os colonos. Ao voltar da viagem, Pero de Góis encontrou seu projeto de colonização arrasado com os nativos lutando contra os colonos. Restou para a história o que ele havia construído e foi agora descoberto por acaso. Maria Dulce Gaspar, do Museu Nacional, defende a implantação de um Parque Arqueológico no local. (Redação do CBA ON-LINE baseado no Jornal "O GLOBO", Texto de Carlos Albuquerque, 19 de setembro de 2009).
CENTRO BRASILEIRO DE ARQUEOLOGIA
Fundado em 21 de novembro de 1961, o Centro Brasileiro de Arqueologia tem por objetivos congregar estudiosos em Arqueologia, Pré-história e Ciências afins que pretendam desenvolver seus conhecimentos nas mencionadas áreas; promover a realização de cursos especializados referentes aos diversos campos da Arqueologia e Ciências Correlatas, principalmente com relação à Antropologia Biocultural, Ecologia Humana, Paleoecologia Humana e ao Meio Ambiente; realizar estudos, debates, seminários, projetos culturais, encontros etc., nos campos de ensino e pesquisa mencionados, visando realizar levantamentos e pesquisas arqueológicas devidamente autorizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN em conformidade com a Lei Federal 3924 de 26 de julho de 1961.
Endereço: Rua Marechal Deodoro, 351 – parte – Niterói/RJ - CEP 24.030-060.
(instalações do DRM-RJ)
Plantão semanal-terça-feira de 10h às 16h
Reuniões de diretoria: 21 de setembro, 19 de outubro, 23 de novembro e 21 de dezembro - de 10h até 12h
Site: http://www.cbarqueol.org.br/E-mail: http://www.blogger.com/
Datas comemorativas do CBA:
26 de julho: dia do arqueólogo e 21 de novembro: aniversário do CBA
MEMBROS DA DIRETORIA (Eleita para o triênio 2009 / 2012):
DIRETORIA EXECUTIVA
PRESIDENTE: Juan Álvaro Christian Barrientos NavarroVICE-PRESIDENTE: Luiz Octávio de Castro Cunha1º SECRETÁRIO: Benedicto Humberto Rodrigues Francisco2º SECRETÁRIA: Catherine Blin de Arruda Nóbrega Beltrão 1ª TESOUREIRA: Maria Tinoco Plata2ª TESOUREIRA: Dezi Tinoco Gaertner
DIRETOR DE PESQUISA: Jorge Belizário de Medeiros MariaDIRETORA DE ENSINO: Vanessa Maria da Costa Rodrigues Francisco

CONSELHO FISCAL
EfetivosJulio Cezar Vaz da Silva, Cláudia de Carvalho Falci Bezerra e Marlene de Carvalho Falci Bezerra
SuplentesJoão Carlos de Oliveira Gomes e Vitor Manuel Rodrigues do Nascimento

CONSELHO CONSULTIVO
Giselle Manes da Silva, Rondon Mamede Fatá, Vera Lúcia Lopes de Medeiros Maria, Ana Maria do Nascimento Veltri, Viviane Maria da Costa Rodrigues Francisco e Thais Galvão da Silva

IMPORTANTE - SE NÃO DESEJAR MAIS RECEBER ESSE BOLETIM, FAVOR INFORMAR AO CBA ON-LINE PELO E-MAIL secretario1@cbarqueol.org.br
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sábado, 11 de julho de 2009

Geologia e Sociedade

Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Recursos Minerais (DRM), Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Engenharia do Ambiente (DEA) promoveu, no dia 29 de maio, a mesa redonda “Geologia e Sociedade”. Apresentaram palestras os geólogos Maria Hildes Goes, da UFRRJ, Benedicto Rodrigues, do CBA, e Rondom Mamede Fatá, do Cecierj e do CBA.
Segundor Benedicto Rodrigues, a geologia, desde tempos remotos, sempre foi de fundamental importância para a sociedade, pois quase todo material utilizado pela sociedade tem componentes proveniente do subsolo.
– O petróleo, por exemplo, desde sua descoberta não parou mais em sua escalada de utilização cada vez mais diversificada. O Brasil, cujas reservas de petróleo eram desconhecidas até meados dos anos 1950, com a criação da Petrobras em 1953, partiu firme para pesquisas em terra e depois na plataforma continental. Os resultados alcançados foram os melhores possíveis, levando à auto-suficiência no prazo previsto pelo geólogo Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras. Consciente da importância da geologia para a sociedade, Estrella tem defendido a preservação do Parque Paleontológico de Itaboraí, antiga bacia-escola de geologia do Estado do Rio de Janeiro.
Maria Hilde de Barros Goes discorreu sobre gestão ambiental, mapeamento geológico de detalhe e manejo e uso do espaço geográfico de modo sustentado. Na exposição, a professora Maria Hilde abordou diversos projetos em andamento na UFRRJ.
– Com a abertura do novo curso de geografia na UFRRJ, os laços com a geologia se tornaram ainda mais estreitos, disse a professora, destacando também a importância do geoprocessamento na solução dos problemas ambientais da região de Itaguaí e Seropédica.O professor Rondon Mamede Fatá falou sobre descobertas e aplicações de materiais em geologia que às vezes passam despercebidos no dia-a-dia.
– Os alicerces de nossas casas são formados por rochas resistentes como granitos, sienitos, basaltos, entre outros. A montagem das estruturas das vigas, colunas e sapatas são de ferro proveniente do mineral hematita. Sem falar nas paredes, nas quais o mineral argila ou a rocha argilito são utilizados na composição dos tijolos, e na rocha calcário, utilizada para a formação do cimento, e na areia.

sábado, 4 de julho de 2009

Blog do Bene Rodrigues: O famoso queijo da serra da Bocaina

Blog do Bene Rodrigues: O famoso queijo da serra da Bocaina

O famoso queijo da serra da Bocaina











O famoso "queijo da serra" de Bananal tem um sabor muito especial.Os apreciadores ao visitarem a cidade buscam os melhores queijos nos mercados. Originalmente o queijo minas vinha da serra da Bocaina para ser vendido na cidade.Atualmente o queijo é produzido artesanalmente em algumas fazendas e sítios do vale do Bananal mantendo a tradição de qualidade do famoso e saboroso queijo da serra. Ao passar por Bananal procure nas casas do ramo o verdadeiro queijo minas da serra da Bocaina.Mas exija do vendedor o legítimo queijo de Bananal.Não se deixe enganar.
Mais informações sobre o queijo da serra e outras delicias de Bananal com "Ditinho" Rodrigues (bene-francisco@bol.com.br)

domingo, 21 de junho de 2009

Arenitos de praia

Especialista debateu arenitos de praia do Estado do Rio de Janeiro
A Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Recursos Minerais (DRM), promoveu no dia 25 de setembro a palestra “os arenitos de praia do Estado do Rio de Janeiro”, proferida pelo geólogo Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, secretário da DEA.Segundo o engenheiro, os arenitos de praia, uma importante formação rochosa do período Quaternário, são conhecidos dos viajantes praticamente desde o descobrimento do Brasil pelos portugueses. Esses arenitos ocorrem submersos ou quase submersos no litoral brasileiro.
– Em 1964 foi realizada a primeira coleta de arenito de praia no litoral carioca, na altura do km 12 da Avenida Litorânea, no Recreio dos Bandeirantes pelo naturalista da Reserva Biológica A. C. M. Macedo. Em 1968, Macedo conseguiu fotografar o banco de arenito do litoral de Jacarepaguá e coletar amostras da rocha, atualmente depositadas no Setor de Estratigrafia do Museu nacional (UFRJ). Segundo o naturalista, trata-se de rocha semelhante a encontrada no litoral nordeste, na Bahia e Pernambuco, acrescentando que igual formação litológica encontra-se na Ilha de Cabo Frio Na mesma época Gorini & Muehe (1971) descreveram o arenito do Recreio dos Bandeirantes. Novas descobertas aconteceram nos anos seguintes, de modo que atualmente sabe-se da existência desses bancos ao longo do litoral fluminense, desde o norte até o sul – disse.
Benedicto Rodrigues explicou que, inicialmente foi utilizada a expressão beach rock, da literatura americana e européia, para caracterizar bancos de arenito jazendo na orla litorânea do nordeste brasileiro, onde recebem o nome de recifes (arrecifes).
– No litoral nordeste ocupa posições variadas em relação ao nível do mar. Os mais próximos à praia aparecem na baixa-mar, alguns penetram obliquamente praia adentro, enquanto outros já no domínio da antepraia, são apenas perceptíveis pela arrebentação. Em alguns pontos o topo é plano, em outros inclina-se em direção ao mar. Branner (1904), estudando essas formações denominadas reef stones, concluiu que seriam praias consolidadas por um cimento calcário veiculado por água doce. Mendes & Petri (1971) sugeriram que os “arrecifes de arenito” deveriam ser considerados mais como depósitos da plataforma do que da praia. Outros autores discutiram o assunto, mas prevalece o senso comum de que tais formações podem ser consideradas beach rock lato sensu.
HOLOCENO
O geólogo ressaltou ainda que Flexor & Martin (1979) estudaram “rochas de praia” no litoral baiano, e concluíram, após algumas datações absolutas, que os mesmos foram depositados no Holoceno, antes do nível do mar ter atingido o máximo de transgressão. O nível médio do mar esteve a cerca de 4,7 m ± 0,50 m acima do atual, quando a transgressão chegou ao máximo, a 5.100 anos atrás.
– Os arenitos do litoral baiano são quartzosos, com cimento calcário e restos de conchas de moluscos, principalmente. A estratificação varia localmente, assim como a textura. Alguns, como no caso do Rio Vermelho, apresentam nítida estratificação cruzada. Este depósito possui granulometria grosseira e conchas abundantes, podendo ter se originado no estirâncio da praia (FLEXOR & MARTIN, op. cit.). As idades obtidas pela datação de conchas selecionadas atingem cerca de 6.610 ± 120 anos e 6.635 ± 135 anos A. P. Para Flexor & Martin (op. cit.) o cimento teria sido gerado após a deposição em águas marinhas, ao contrário do que julgava Branner (op. cit.) que propunha água doce ( MENDES, 1984, p. 215). No litoral do Rio de Janeiro vem crescendo o número de ocorrências conhecidas. Em Ponta Buena, litoral de Campos, depósito de praia fóssil (arenito) com estratificação cruzada estão sobrepostos às argilas do grupo Barreiras (DIAS, 1981, p. 38-79). No extremo oposto, na baía de Sepetiba, ocorre arenito de praia citado por Francisco & Góes (1987). Ainda no litoral carioca a ocorrência do Recreio dos Bandeirantes foi discutida por Macedo (1971) e Gorini & Muehe (1971) – disse.
Em Cabo Frio, complementou, também existe um depósito dessa formação holocênica. Na Região dos Lagos a ocorrência é conhecida há mais tempo é a de Itaipuaçu, descrita por Muehe (1972), Muehe & Ignarra (1984), Souza (1988), Souza & Menezes (1990).
– Próximo a Saquarema, na praia de Jaconé, o palestrante Benedicto Rodrigues observou uma nova ocorrência durante o mapeamento geológico da região. Anteriormente, a primeira identificação de seixos de arenito de praia em sambaqui foi efetuada pelo geólogo ao analisar o material lítico do Sambaqui da Beirada, por solicitação da arqueóloga Lina M. Kneip (MN/UFRJ). Uma descrição dessas ocorrências, com destaque para a de Saquarema, foi apresentada pelo palestrante.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Geologia e Sociedade

DTES promovem mesa redonda sobre geologia e sociedade
A Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Recursos Minerais (DRM), Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Engenharia do Ambiente (DEA) promoveu, no dia 29 de maio, a mesa redonda “Geologia e Sociedade”. Apresentaram palestras os geólogos Maria Hildes Goes, da UFRRJ, Benedicto Rodrigues, do CBA, e Rondom Mamede Fatá, do Cecierj e do CBA.
Segundo Benedicto Rodrigues, a geologia, desde tempos remotos, sempre foi de fundamental importância para a sociedade, pois quase todo material utilizado pela sociedade tem componentes proveniente do subsolo.
– O petróleo, por exemplo, desde sua descoberta não parou mais em sua escalada de utilização cada vez mais diversificada. O Brasil, cujas reservas de petróleo eram desconhecidas até meados dos anos 1950, com a criação da Petrobras em 1953, partiu firme para pesquisas em terra e depois na plataforma continental. Os resultados alcançados foram os melhores possíveis, levando à auto-suficiência no prazo previsto pelo geólogo Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras. Consciente da importância da geologia para a sociedade, Estrella tem defendido a preservação do Parque Paleontológico de Itaboraí, antiga bacia-escola de geologia do Estado do Rio de Janeiro.
Maria Hilde de Barros Goes discorreu sobre gestão ambiental, mapeamento geológico de detalhe e manejo e uso do espaço geográfico de modo sustentado. Na exposição, a professora Maria Hilde abordou diversos projetos em andamento na UFRRJ.
– Com a abertura do novo curso de geografia na UFRRJ, os laços com a geologia se tornaram ainda mais estreitos, disse a professora, destacando também a importância do geoprocessamento na solução dos problemas ambientais da região de Itaguaí e Seropédica.O professor Rondon Mamede Fatá falou sobre descobertas e aplicações de materiais em geologia que às vezes passam despercebidos no dia-a-dia.
– Os alicerces de nossas casas são formados por rochas resistentes como granitos, sienitos, basaltos, entre outros. A montagem das estruturas das vigas, colunas e sapatas são de ferro proveniente do mineral hematita. Sem falar nas paredes, nas quais o mineral argila ou a rocha argilito são utilizados na composição dos tijolos, e na rocha calcário, utilizada para a formação do cimento, e na areia.

Geologia nos cursos de engenharia.

Professor analisa a Geologia no curso de Engenharia Civil
A Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA) e de Recursos Naturais Renováveis (DRNR), promoveu, no dia 31 de março, a palestra “A presença da disciplina Geologia no Curso de Engenharia Civil”, proferida pelo professor Rondon Mamede Fatá.Segundo ele, a Geologia não é considerada uma disciplina principal no curso de Engenharia, apesar de analisar as obras e os materiais que serão utilizados, direta ou indiretamente, pelo futuro profissional.– Três são os grandes problemas que foram observados e que ainda não foram resolvidos. Carga horária de apenas sessenta horas em um dos semestres. Portanto, mais de 50% do que é básico não será visto, prejudicando inclusive as disciplinas em que a Geologia é um pré-requisito, como Mecânica de Solos, que também é muito importante para a formação integral do aluno. Outro fator que resulta em problemas é a falta de materiais para as aulas práticas, principalmente nos cursos da rede privada. Os professores tem que se virar para arranjar os materiais. É preciso que seja feito também um trabalho de campo, que serviria para que o aluno demonstrasse a ligação da teoria à prática e também para ver in situ os exemplos dados em aula – ressaltou.Segundo Rondon Fatá, para uma melhoria substancial do curso de Engenharia Civil, a Geologia deveria estar presente em Introdução a Geologia Geral e em Geologia Aplicada à Engenharia Civil.

Arqueologia Brasileira

Mesa redonda debate panorama da arqueologia e homenageia professor Francisco Octávio
A Diretoria de Atividades Técnicas, através da Divisão Técnica de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Energia (DEN) realizou, no dia 25 de novembro de 2008, a mesa redonda “Novas descobertas arqueológicas no estado do Rio de Janeiro (panorama atual da arqueologia)”, com a participação, entre outros, da presidente do Centro Brasileiro de Arqueologia (CBA), Catherine Beltrão, e das arqueólogas Maria Beltrão e Giselle Manes.Giselle Manes discorreu sobre os acontecimentos mais importantes que marcaram os 47 anos de existência do CBA, como a realização de expedições, pesquisas, palestras, exposições e seminários.– Dentre as atividades desenvolvidas pela entidade no passado estão as famosas expedições realizadas de 1961 a 1970 à Paraíba, para documentar a Pedra Lavrada do Ingá e de Picuí e à Roraima, para documentar a Pedra Pintada e as ruínas do Forte São Joaquim do Rio Negro. Vale lembrar que em uma dessas expedições à Paraíba, a equipe técnica do CBA encontrou um sítio paleontológico, na cidade de Taperoá, em cujas cacimbas foram encontradas fósseis de mamíferos do Quaternário, sendo parte desse material encaminhado à Divisão de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional da UFRJ – disse.Segundo Maria Beltrão, dentre outras importantes realizações do CBA no presente está a realização do I Encontro Latino-Americano de Arqueologia (2005), em parceria com o Clube de Engenharia e com patrocínio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), do Museu Nacional e da Fundação José Bonifácio e o apoio do Crea-RJ.
HOMENAGEMDurante a mesa redonda, a presidente do CBA, Catherine Beltrão, fez uma homenagem ao professor Francisco Octávio da Silva Bezerra.– A trajetória percorrida pelo homenageado, o grande e último presidente do CBA, deixou marcas indeléveis por onde passou: Petrobrás, Museu Nacional da UFRJ, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Instituto de Arqueologia Brasileira, Centro Brasileiro de Arqueologia, Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e Clube de Engenharia. O professor faleceu em 14 de fevereiro de 2008.Após a homenagem, foram mencionadas algumas das novas descobertas arqueológicas no Estado do Rio de Janeiro, como os estudos realizados por Alfredo José Altamirano, em Cabo Frio, e pesquisas em antigos engenhos do recôncavo da Guanabara, dirigidas por Ondemar Dias, entre outros. Novas datações absolutas estão em andamento, com destaque para os arenitos da Praia de Jaconé, provável área fonte dos artefatos de rocha arenítica encontrados pelo professor Benedicto Francisco nos sambaquis de Saquarema, durante o desenvolvimento do Projeto Saquarema, coordenado por Lina Kneip.– O Departamento de Identificação e Documentação do Iphan vem desenvolvendo um projeto de formação de banco de dados de todos os sítios arqueológicos do Brasil. Através do Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico (SGPA) será possível acessar qualquer informação acerca do patrimônio arqueológico brasileiro. O acesso ao banco de dados ainda está em desenvolvimento e sua conclusão permitirá não só maior agilidade do trabalho dos arqueólogos em seus levantamentos, mas possibilitará que o Iphan atue efetivamente na preservação de nosso patrimônio – explicou Benedicto Francisco.

GEOLOGIA E SOCIEDADE

Geodiversidade brasileira
Palestra por Cássio R. da Silva da CPRM>
As divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Recursos Minerais (DRM) promoveram, no dia 3 de dezembro, a palestra “Geodiversidade brasileira e a sua importância para o desenvolvimento do Brasil”, com o geólogo Cassio Roberto da Silva, do Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
A palestra abordou temas como a evolução do planeta Terra; o surgimento e a extinção de espécies; a importância da água para a vida; as riquezas minerais, tanto no continente quanto no fundo marinho, e seus riscos geológicos. O especialista analisou o potencial para o geoturismo, a geoconservação e as aplicações destes conhecimentos em vários setores.
– Em vista das intervenções inadequadas no meio físico, têm ocorrido sérios problemas para a qualidade de vida e também para o meio ambiente. Somos totalmente dependentes das características geológicas dos ambientes naturais, ou seja, da geodiversidade, na medida em que dela extraímos as matérias-primas como minerais, água e alimento, entre outros, vitais para nossa sobrevivência e desenvolvimento social. É necessário assim, conhecer e entender todos os seus significados, já que uma vez modificados, removidos ou destruídos, quase sempre os aspectos da geodiversidade sofrerão mudanças irreversíveis – disse.
Para Cassio Roberto da Silva, a geodiversidade terá um papel fundamental no futuro do planeta.
– A geodiversidade contribui para a prevenção de desastres naturais e mudanças climáticas, para a melhoria da qualidade alimentar e na disponibilidade de água potável (monitoramento geoquímico), além de favorecer o fornecimento de energia tradicional e alternativa, de bens minerais a custos menores e como instrumento de planejamento, gestão e ordenamento territorial. Essas informações deverão ser intensamente utilizado nas políticas públicas governamentais.
(MAIS INFORMAÇÕES NO SITE DO CLUBE DE ENGENHARIA).






sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

“O DESGASTE DENTÁRIO NA POPULAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA DO ILHOTE DO LESTE NA ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO”.


VERA LÚCIA LOPES DE MEDEIROS MARIA

RESUMO


O presente trabalho teve a finalidade de analisar a questão à cerca dos padrões de desgaste dentário resultante da atricção entre maxilares e mandíbulas na população pré-histórica, que teve por habitat o Sambaqui do Ilhote do Leste, situado no morrote existente entre as praias do Sul e do Leste, na Ilha Grande, a qual pertence ao município de Angra dos Reis - litoral sul do Estado do Rio de Janeiro.
As análises realizadas nas amostras dos dentes e das arcadas dentárias que fazem parte da coleção pertencente ao Departamento de Antropologia Biológica do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista indicaram que esta população sofreu desgaste dentário de intensidade extensa a moderada.
O conjunto de molares examinado mostrou que estes foram os dentes mais atingidos pelo desgaste. Não foi percebida uma diferença significativa entre dentes de indivíduos de sexos diferentes.
Quanto à faixa etária, pode-se perceber que os indivíduos jovens apresentaram menores graus de desgaste em relação aos indivíduos adultos.
A única amostra presente neste estudo, estabelecida como pertencente a uma criança, já demonstrava a existência de desgaste dentário de tipo leve de forma uniforme, tanto no maxilar superior quanto na mandíbula.

FICHA CATALOGRÁFICA





De Medeiros Maria, Vera Lucia L.
“O desgaste dentário na população pré-histórica do Ilhote do leste na Ilha Grande – Rio de Janeiro”. Vera Lucia Lopes de Medeiros Maria. – Rio de Janeiro: UFRJ/MN/DGP, 2004.
V I, 44 f, il.; 29,7 cm.
Orientador: Prof. Dra. Claudia Rodrigues
Monografia (especialização): UFRJ/MN/DGP / Programa de Pós Graduação em Geologia do Quaternário, 2004.
Referências Bibliográficas: f. 43-44.
1. População pré-histórica do Rio de Janeiro. - 2. Desgaste dentário . I. De Medeiros Maria, Vera Lucia, II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Departamento de Geologia e Paleontologia, Programa de Pós Graduação em Geologia do Quaternário III. Título