sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O TERRENO CABO FRIO E SUA CONEXÃO




PALESTRA
Evolução tectônica do Terreno Cabo Frio e sua conexão com a Àfrica (*)
Renata da Silva Schmitt1

(*) DGRG- Faculdade de Geologia- UERJ (renatagondwana@uol.com.br

O Terreno Cabo Frio (TCF), localizado no sudeste do Estado do Rio de Janeiro, compreende duas unidades litotectônicas principais, um embasamento do Paleoproterozóico (2.0 Ga) e uma seqüência supracrustal do final do Neoproterozóico (600 Ma). Desde a década de 50, trabalhos científicos apontam para as diferenças do TCF em comparação com a Faixa Ribeira, tais como: a ausência de plutons brasilianos, as estruturas deformacionais dúcteis com orientação NW-SE (ortogonais à faixa), o metamorfismo de alta pressão (em contraste com a baixa pressão do terreno adjacente), a presença de um embasamento paleoproterozóico. Foi aventada a hipótese de que o TCF (também chamado de Domínio Tectônico de Cabo Frio, Bloco Cabo Frio) seria a expressão do Craton do Congo no Brasil. Dados mais recentes, obtidos a partir de mapeamento de detalhe e análises petrológicas, químicas e de geocronologia, comprovam que as duas unidades litoestratigráficas do TCF foram deformadas e metamorfisadas em fácies granulito durante o Cambriano (entre 525 e 490 Ma), num evento denominado Orogenia Búzios. Estas idades, mais jovens com relação ao dito auge colisional da Faixa Ribeira (entre 600 e 570 Ma), explicam parcialmente porque o TCF apresenta tantas diferenças, justamente por ser mais jovem e acrescionado mais tarde. Novos dados isotópicos reforçam a hipótese de que a seqüência supracrustal (Sucessão Búzios-Palmital) é um pacote de metassedimentos de origem marinha intercalados com metabasitos com protólitos do tipo E-MORB. Os zircões detríticos nos sedimentos e isócronas Sm-Nd nas rochas máficas indicam que a idade máxima desta bacia oceânica seria de 620 Ma. Isto significa que a bacia Búzios-Palmital estava em fase de abertura num período que grande parte das faixas móveis brasilianas estava em fase de compressão e transpressão. A inversão do movimento nesta bacia se deu em algum momento entre 600 e 530 Ma, sendo esta última idade do metamorfismo. Esta inversão foi acompanhada pela subducção parcial do pacote de supracrustais, levado a profundidade de no mínimo 30 quilômetros. A subseqüente colisão com o Cráton do Congo provocou também a inversão da estratigrafia trazendo nappes de cavalgamento do embasamento paleoproterozóico por sobre as rochas supracrustais. O limite do DTCF com a Faixa Ribeira ainda está em discussão. Na hipótese mais simples, o embasamento estaria empurrado por sobre rochas metassedimentares, sendo as rochas supracrustais da Bacia Búzios-Palmital contemporâneas às rochas supracrustais do terreno vizinho (Terreno Oriental) denominadas unidade São Fidélis. Sabendo-se que esta falha de empurrão, com vergência para NW, é atribuída à fase deformacional D3 do TCF, dificilmente ela será a sutura, pois não apresenta rochas máficas-ultramáficas. A ocorrência de plútons calcio-alcalinos de 580 a 560 Ma no terreno vizinho, intrudindo as rochas supracrustais da unidade São Fidélis, pode ser indicativa de que houve uma subducção para oeste, responsável pela acresção do TCF à Faixa Ribeira. A recente descoberta de orto e paragnaisses, correlacionáveis ao TCF, na margem oeste africana (Faixa Angolana) reforça a hipótese de que este terreno geológico está em contato com o Craton do Congo em Angola. Portanto não existem indícios de subducção relacionada à colisão do TCF para o lado africano. Além disso, este domínio guarda a sutura mais jovem dos eventos brasilianos no sudeste, sendo uma das cicatrizes continentais reaproveitadas durante o rifteamento mesozóico. A ocorrência de outros terrenos cambrianos nas regiões costeiras do Atlântico Sul pode corroborar com a existência de uma faixa móvel cambriana escondida sob a bacia do Atlântico.
(*) Palestra apresentada no Clube de Engenharia dia 25 de outubro de 2008.

Legenda das fotos:

1-Costão rochoso de Cabo frio com rochas de mais de 2 bilhões de anos (direita)
2-Voestspor - Rochas do SW da Africa (Namibia) correlacionáveis com SE do Brasil (esquerda)










quinta-feira, 9 de outubro de 2008

ARENITOS DE PRAIA NO ESTADO DO RIO

Especialista debateu arenitos de praia do Estado do Rio de Janeiro
A Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Recursos Minerais (DRM), promoveu no dia 25 de setembro a palestra “os arenitos de praia do Estado do Rio de Janeiro”, proferida pelo geólogo Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, secretário da DEA.Segundo o engenheiro, os arenitos de praia, uma importante formação rochosa do período Quaternário, são conhecidos dos viajantes praticamente desde o descobrimento do Brasil pelos portugueses. Esses arenitos ocorrem submersos ou quase submersos no litoral brasileiro.
– Em 1964 foi realizada a primeira coleta de arenito de praia no litoral carioca, na altura do km 12 da Avenida Litorânea, no Recreio dos Bandeirantes pelo naturalista da Reserva Biológica A. C. M. Macedo. Em 1968, Macedo conseguiu fotografar o banco de arenito do litoral de Jacarepaguá e coletar amostras da rocha, atualmente depositadas no Setor de Estratigrafia do Museu nacional (UFRJ). Segundo o naturalista, trata-se de rocha semelhante a encontrada no litoral nordeste, na Bahia e Pernambuco, acrescentando que igual formação litológica encontra-se na Ilha de Cabo Frio Na mesma época Gorini & Muehe (1971) descreveram o arenito do Recreio dos Bandeirantes. Novas descobertas aconteceram nos anos seguintes, de modo que atualmente sabe-se da existência desses bancos ao longo do litoral fluminense, desde o norte até o sul – disse.
Benedicto Rodrigues explicou que, inicialmente foi utilizada a expressão beach rock, da literatura americana e européia, para caracterizar bancos de arenito jazendo na orla litorânea do nordeste brasileiro, onde recebem o nome de recifes (arrecifes).
– No litoral nordeste ocupa posições variadas em relação ao nível do mar. Os mais próximos à praia aparecem na baixa-mar, alguns penetram obliquamente praia adentro, enquanto outros já no domínio da antepraia, são apenas perceptíveis pela arrebentação. Em alguns pontos o topo é plano, em outros inclina-se em direção ao mar. Branner (1904), estudando essas formações denominadas reef stones, concluiu que seriam praias consolidadas por um cimento calcário veiculado por água doce. Mendes & Petri (1971) sugeriram que os “arrecifes de arenito” deveriam ser considerados mais como depósitos da plataforma do que da praia. Outros autores discutiram o assunto, mas prevalece o senso comum de que tais formações podem ser consideradas beach rock lato sensu.
HOLOCENO
O geólogo ressaltou ainda que Flexor & Martin (1979) estudaram “rochas de praia” no litoral baiano, e concluíram, após algumas datações absolutas, que os mesmos foram depositados no Holoceno, antes do nível do mar ter atingido o máximo de transgressão. O nível médio do mar esteve a cerca de 4,7 m ± 0,50 m acima do atual, quando a transgressão chegou ao máximo, a 5.100 anos atrás.
– Os arenitos do litoral baiano são quartzosos, com cimento calcário e restos de conchas de moluscos, principalmente. A estratificação varia localmente, assim como a textura. Alguns, como no caso do Rio Vermelho, apresentam nítida estratificação cruzada. Este depósito possui granulometria grosseira e conchas abundantes, podendo ter se originado no estirâncio da praia (FLEXOR & MARTIN, op. cit.). As idades obtidas pela datação de conchas selecionadas atingem cerca de 6.610 ± 120 anos e 6.635 ± 135 anos A. P. Para Flexor & Martin (op. cit.) o cimento teria sido gerado após a deposição em águas marinhas, ao contrário do que julgava Branner (op. cit.) que propunha água doce ( MENDES, 1984, p. 215). No litoral do Rio de Janeiro vem crescendo o número de ocorrências conhecidas. Em Ponta Buena, litoral de Campos, depósito de praia fóssil (arenito) com estratificação cruzada estão sobrepostos às argilas do grupo Barreiras (DIAS, 1981, p. 38-79). No extremo oposto, na baía de Sepetiba, ocorre arenito de praia citado por Francisco & Góes (1987). Ainda no litoral carioca a ocorrência do Recreio dos Bandeirantes foi discutida por Macedo (1971) e Gorini & Muehe (1971) – disse.
Em Cabo Frio, complementou, também existe um depósito dessa formação holocênica. Na Região dos Lagos a ocorrência é conhecida há mais tempo é a de Itaipuaçu, descrita por Muehe (1972), Muehe & Ignarra (1984), Souza (1988), Souza & Menezes (1990).
– Próximo a Saquarema, na praia de Jaconé, o palestrante Benedicto Rodrigues observou uma nova ocorrência durante o mapeamento geológico da região. Anteriormente, a primeira identificação de seixos de arenito de praia em sambaqui foi efetuada pelo geólogo ao analisar o material lítico do Sambaqui da Beirada, por solicitação da arqueóloga Lina M. Kneip (MN/UFRJ). Uma descrição dessas ocorrências, com destaque para a de Saquarema, foi apresentada pelo palestrante.

CAMINHOS GEOLÓGICOS

DRM-RJ quer difundir conhecimento geológico do Estado do Rio de Janeiro
As divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Recursos Minerais (DRM) realizaram, no dia 20 de maio, a palestra "Projeto caminhos geológicos do estado do Rio de Janeiro", proferida pela geóloga Kátia Mansur.Segundo ela, o Estado do Rio de Janeiro apresenta características especiais em relação à sua geologia. Tanto na região litorânea quando no interior é notável a ocorrência de monumentos geológicos. Muitas vezes estes monumentos estão localizados em regiões com alto potencial turístico, porém ainda pouco desenvolvidas. Pensando nisto, afirmou, o DRM-RJ, na sua função de Serviço Geológico Estadual, lançou em 2000 o Projeto Caminhos Geológicos, que desenvolveu painéis interpretativos sobre a evolução dos monumentos geológicos fluminenses, identificados como "Pontos de Interesse Geológico".
– O Projeto Caminhos Geológicos tem como objetivo promover a difusão do conhecimento geológico do Estado do Rio de Janeiro como base para a preservação de seus monumentos naturais, verdadeiro patrimônio de todos os cidadãos. Como Serviço Geológico Estadual, o DRM-RJ buscou nas universidades e centros de pesquisa o apoio científico para levar à sociedade o entendimento da evolução geológica do estado, como forma de ampliar as noções de respeito pela natureza.
O projeto foi implantado inicialmente em 2001, na Região dos Lagos, e hoje já conta com 67 painéis espalhados por 26 municípios do Estado. A linguagem utilizada procura buscar no cotidiano das pessoas as comparações com os fenômenos geológicos observados, de forma a "traduzir" a linguagem usada pela comunidade científica para o cidadão comum.– É uma iniciativa pioneira do Estado do Rio de Janeiro e tem como parceiros fixos a Turisrio e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Também fundamental é a parceria científica desenvolvida com UFRJ, UERJ, UFRRJ, UFF e UNIRIO, empresas públicas e privadas, ONGs e prefeituras.

EROSÃO NO MÉDIO VALE DO PARAIBA DO SUL

Geólogos debatem erosão acelerada no médio Vale do Paraíba do Sul
As divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Minerais (DRM), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Geotecnia (DTG) promoveram, no dia 28 de maio, a palestra "Erosão acelerada no médio Vale do Paraíba do Sul, proferida pelo professor de geologia da UFRJ, Claudio Limeira Mello.
Segundo o especialista, a região do médio vale do rio Paraíba do Sul compreende um amplo compartimento de colinas, com típica morfologia de "mar de morros", predominantemente sobre rochas do embasamento pré-cambriano profundamente intemperizadas, entre as serras do Mar e da Mantiqueira. Nesta região, explicou, ocorre um importante conjunto de bacias sedimentares ditas "cenozóicas", que compõem o Rift Continental do Sudeste do Brasil, cuja origem está associada a importantes atividades tectônicas/neotectônicas.
– Intensos processos erosivos, de natureza variada, podem ser observados, com destaque para feições decorrentes da erosão linear acelerada em cabeceiras de drenagem em anfiteatro. Estudos que vêm sendo desenvolvidos nos últimos 25 anos pelo Núcleo de Estudos do Quaternário e Tecnógeno (NEQUAT, IGEO/UFRJ), sob a coordenação da Dra. Josilda Rodrigues da Silva de Moura, demonstram que a erosão linear acelerada nesta região configura-se como um processo natural de re-hierarquização da rede de drenagem, em resposta, em escala regional, a mudanças paleoclimáticas e neotectônicas ocorridas durante o Holoceno (últimos 10.000 anos), além da atuação, em escala local, de controles lito-estruturais, hidrológicos, morfométricos e antrópicos – disse.
Segundo o professor, a evolução dos sistemas de drenagem resultou em padrões distintos de cabeceiras em anfiteatro, tendo grande importância uma fase de entulhamento generalizado dos eixos de drenagem, que produziu amplas cabeceiras e sub-bacias entulhadas, onde são identificados os principais exemplos de erosão linear acelerada. Mapas de feições e sucessões deposicionais quaternárias, realizados segundo metodologia proposta nestes estudos, são base fundamental para a avaliação da suscetibilidade à erosão na região do médio vale do Paraíba do Sul.

JORGE BELIZÁRIO E OS JOVENS TALENTOS

Programa Jovens Talentos incentiva práticas científicas na rede estadual
As divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Minerais (DRM) e de Recursos Naturais Renováveis (DRNR), promoveram, no dia 24 de abril, a palestra "Recuperação de área degradada pela mineração em Itaboraí: projeto Jovens Talentos". O palestrante foi o coordenador do projeto Jovens Talentos, da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj), Jorge Belizário.
– O programa Jovens Talentos (JT) leva para a escola pública, através dos alunos selecionados, o conhecimento de práticas científicas desenvolvidas nas instituições de pesquisa de nosso estado que têm parceria com o programa. Assim, divulga-se a ciência e faz-se a integração entre a academia e a escola secundária. Até o final de 2007, tivemos em nossos quadros um total de 2574 jovens. No caso do Parque Paleontológico de São José de Itaboraí, os estudantes participam de atividades de divulgação e prestam informações ao público quanto à importância de se preservar tão importante patrimônio científico e cultural do estado do Rio de Janeiro – disse.
A Bacia de São José de Itaboraí, descoberta em 1928, é um importante monumento natural do Estado do Rio de Janeiro. Situada na localidade de São José, em Itaboraí, reúne registros de rochas que variam de 65-70 milhões de anos até depósitos mais recentes relacionados ao homem pré-histórico. Apesar de suas reduzidas dimensões é extremamente rica em fósseis. Ali, também foram encontrados vestígios da presença do homem pré-histórico, que têm sido utilizados em estudos que visam traçar o roteiro da ocupação humana nas Américas. Por ser praticamente o único sítio paleontológico emerso do território fluminense tendo sido objeto constante de estudo por parte de pesquisadores nacionais e estrangeiros ao longo dos anos

MARIA BELTRÃO E A IDADE DO HOMEM

Arqueóloga diz que o homem é muito mais antigo do que se pensa
As divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Recursos Minerais (DRM) promoveu, no dia 23 de junho, a palestra "Arqueologia e geologia do Quaternário".Segundo a palestrante, arqueóloga Maria Beltrão (foto), talvez a maior missão da arqueologia seja elucidar a origem e o modo de vida das primeiras formações sociais – reconstituídas a partir dos vestígios dos nossos antepassados. As datações arqueológicas indicam que a existência humana e o domínio do homem no meio ambiente se deram a partir do período Quaternário – em torno de dois milhões de anos atrás.No entanto, a arqueóloga, que trabalha e estuda profundamente a distribuição dos primeiros homens sobre o planeta Terra, diz que o homem é muito mais antigo do que se pensa. Para ela, o homem vem deixando suas marcas sobre o planeta há quase três milhões de anos.Maria Beltrão também abordou a "alta antiguidade" que atribui ao Sítio de Itaboraí (RJ), localizado na bacia calcária de São José de Itaboraí. Esse sítio faz parte de um conjunto de outros sítios localizados nos bordos da bacia. Para a avaliação da idade deste sítio arqueológico, a arqueóloga utilizou os seguintes métodos relativos: método estratigráfico, método tipológico (tipologia dos artefatos), o método da deposição sobre os artefatos das manchas climáticas, a técnica da transformação do silte em argila e a técnica da transformação do ferro livre em ferro cristalizado.

ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA NA GUANABARA

Arqueólogo subaquático fala sobre naufrágio de navio norueguês do século XIX
As divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Minerais (DRM) e de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) promoveram, no dia 9 de julho, palestra com arqueólogo subaquático Luiz Octávio de Castro Cunha. O tema foi "Arqueologia subaquática na baía de Guanabara – o soçobro do navio Goodvang, em 1891".
Segundo o palestrante, em março de 1987, após entendimentos entre a Base Almirante Castro e Silva (BACS) e o Serviço de Documentação da Marinha (SDM), na época ainda denominado Serviço de Documentação Geral da Marinha (SDGM), partiram três mergulhadores: o palestrante, o Capitão-Tenente (MG) Rollenberg e o SG (MG) Jaceguay, com a lancha nº 3 da Divisão de Escafandria (Div-K) em direção à entrada da barra da baía do Rio de Janeiro, para então investigar, seguido de um mergulho científico, o antigo navio norueguês de casco misto de ferro, aço e madeira "Goodvang", soçobrado em 1891, após colidir violentamente com as rochas da então Fortaleza da Laje, renomeada em 1953 como Forte de Tamandaré.
– É também uma das últimas fortalezas construídas pelos portugueses e adaptada através dos séculos por hábeis brasileiros após o advento da proclamação da República em 1889. Nesta expedição arqueológica subaquá-tica todavia, seriam então efetuados dois mergulhos distintos: o primeiro, certamente mais importante e mais difícil pelo local inusitado (a antiga fortaleza), e pelas características do naufrágio histórico que seria estudado e investigado in loco.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

MUSEU NACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
Museu mostra parte do seu acervo ao público.
O Museu Nacional do Rio de Janeiro mostra seu acervo permanente de maneira renovada. As salas que guardam a arte egípcia, greco-romana e a arqueologia brasileira foram reformadas. Tanto as obras que estavam expostas quanto as guardadas na reserva técnica foram higienizadas. Nenhum outro tratamento - nem de conservação das obras nem das salas - era dado desde a década de 40. Foram incluídas no acervo obras sobre a etnologia brasileira, totalizando 3 mil peças nas quatro exposições. Estão lá, por exemplo, o crânio de Luzia, fóssil da mulher de 10.000 de anos encontrada no Brasil; uma estátua da deusa grega Kouré, do período arcaico; e as tangas das índias marajoaras. Para aumentar ainda mais o valor do acervo, foram encontradas, em maio, 76 fotografias originais e inéditas. O autor das imagens, Marc Ferrez, acompanhou a expedição da Comissão Geológica do Império, em 1875, e ficou responsável pelo registro da viagem. As fotos foram descobertas numa das salas do museu pelo professor e geólogo Benedicto Rodrigues restauradas com o auxílio da Funarte.