Especialista debateu arenitos de praia do Estado do Rio de Janeiro
A Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Recursos Minerais (DRM), promoveu no dia 25 de setembro a palestra “os arenitos de praia do Estado do Rio de Janeiro”, proferida pelo geólogo Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, secretário da DEA.Segundo o engenheiro, os arenitos de praia, uma importante formação rochosa do período Quaternário, são conhecidos dos viajantes praticamente desde o descobrimento do Brasil pelos portugueses. Esses arenitos ocorrem submersos ou quase submersos no litoral brasileiro.
– Em 1964 foi realizada a primeira coleta de arenito de praia no litoral carioca, na altura do km 12 da Avenida Litorânea, no Recreio dos Bandeirantes pelo naturalista da Reserva Biológica A. C. M. Macedo. Em 1968, Macedo conseguiu fotografar o banco de arenito do litoral de Jacarepaguá e coletar amostras da rocha, atualmente depositadas no Setor de Estratigrafia do Museu nacional (UFRJ). Segundo o naturalista, trata-se de rocha semelhante a encontrada no litoral nordeste, na Bahia e Pernambuco, acrescentando que igual formação litológica encontra-se na Ilha de Cabo Frio Na mesma época Gorini & Muehe (1971) descreveram o arenito do Recreio dos Bandeirantes. Novas descobertas aconteceram nos anos seguintes, de modo que atualmente sabe-se da existência desses bancos ao longo do litoral fluminense, desde o norte até o sul – disse.
Benedicto Rodrigues explicou que, inicialmente foi utilizada a expressão beach rock, da literatura americana e européia, para caracterizar bancos de arenito jazendo na orla litorânea do nordeste brasileiro, onde recebem o nome de recifes (arrecifes).
– No litoral nordeste ocupa posições variadas em relação ao nível do mar. Os mais próximos à praia aparecem na baixa-mar, alguns penetram obliquamente praia adentro, enquanto outros já no domínio da antepraia, são apenas perceptíveis pela arrebentação. Em alguns pontos o topo é plano, em outros inclina-se em direção ao mar. Branner (1904), estudando essas formações denominadas reef stones, concluiu que seriam praias consolidadas por um cimento calcário veiculado por água doce. Mendes & Petri (1971) sugeriram que os “arrecifes de arenito” deveriam ser considerados mais como depósitos da plataforma do que da praia. Outros autores discutiram o assunto, mas prevalece o senso comum de que tais formações podem ser consideradas beach rock lato sensu.
HOLOCENO
O geólogo ressaltou ainda que Flexor & Martin (1979) estudaram “rochas de praia” no litoral baiano, e concluíram, após algumas datações absolutas, que os mesmos foram depositados no Holoceno, antes do nível do mar ter atingido o máximo de transgressão. O nível médio do mar esteve a cerca de 4,7 m ± 0,50 m acima do atual, quando a transgressão chegou ao máximo, a 5.100 anos atrás.
– Os arenitos do litoral baiano são quartzosos, com cimento calcário e restos de conchas de moluscos, principalmente. A estratificação varia localmente, assim como a textura. Alguns, como no caso do Rio Vermelho, apresentam nítida estratificação cruzada. Este depósito possui granulometria grosseira e conchas abundantes, podendo ter se originado no estirâncio da praia (FLEXOR & MARTIN, op. cit.). As idades obtidas pela datação de conchas selecionadas atingem cerca de 6.610 ± 120 anos e 6.635 ± 135 anos A. P. Para Flexor & Martin (op. cit.) o cimento teria sido gerado após a deposição em águas marinhas, ao contrário do que julgava Branner (op. cit.) que propunha água doce ( MENDES, 1984, p. 215). No litoral do Rio de Janeiro vem crescendo o número de ocorrências conhecidas. Em Ponta Buena, litoral de Campos, depósito de praia fóssil (arenito) com estratificação cruzada estão sobrepostos às argilas do grupo Barreiras (DIAS, 1981, p. 38-79). No extremo oposto, na baía de Sepetiba, ocorre arenito de praia citado por Francisco & Góes (1987). Ainda no litoral carioca a ocorrência do Recreio dos Bandeirantes foi discutida por Macedo (1971) e Gorini & Muehe (1971) – disse.
Em Cabo Frio, complementou, também existe um depósito dessa formação holocênica. Na Região dos Lagos a ocorrência é conhecida há mais tempo é a de Itaipuaçu, descrita por Muehe (1972), Muehe & Ignarra (1984), Souza (1988), Souza & Menezes (1990).
– Próximo a Saquarema, na praia de Jaconé, o palestrante Benedicto Rodrigues observou uma nova ocorrência durante o mapeamento geológico da região. Anteriormente, a primeira identificação de seixos de arenito de praia em sambaqui foi efetuada pelo geólogo ao analisar o material lítico do Sambaqui da Beirada, por solicitação da arqueóloga Lina M. Kneip (MN/UFRJ). Uma descrição dessas ocorrências, com destaque para a de Saquarema, foi apresentada pelo palestrante.
A Diretoria de Atividades Técnicas, através das divisões técnicas de Engenharia do Ambiente (DEA), de Recursos Naturais Renováveis (DRNR) e de Recursos Minerais (DRM), promoveu no dia 25 de setembro a palestra “os arenitos de praia do Estado do Rio de Janeiro”, proferida pelo geólogo Benedicto Humberto Rodrigues Francisco, secretário da DEA.Segundo o engenheiro, os arenitos de praia, uma importante formação rochosa do período Quaternário, são conhecidos dos viajantes praticamente desde o descobrimento do Brasil pelos portugueses. Esses arenitos ocorrem submersos ou quase submersos no litoral brasileiro.
– Em 1964 foi realizada a primeira coleta de arenito de praia no litoral carioca, na altura do km 12 da Avenida Litorânea, no Recreio dos Bandeirantes pelo naturalista da Reserva Biológica A. C. M. Macedo. Em 1968, Macedo conseguiu fotografar o banco de arenito do litoral de Jacarepaguá e coletar amostras da rocha, atualmente depositadas no Setor de Estratigrafia do Museu nacional (UFRJ). Segundo o naturalista, trata-se de rocha semelhante a encontrada no litoral nordeste, na Bahia e Pernambuco, acrescentando que igual formação litológica encontra-se na Ilha de Cabo Frio Na mesma época Gorini & Muehe (1971) descreveram o arenito do Recreio dos Bandeirantes. Novas descobertas aconteceram nos anos seguintes, de modo que atualmente sabe-se da existência desses bancos ao longo do litoral fluminense, desde o norte até o sul – disse.
Benedicto Rodrigues explicou que, inicialmente foi utilizada a expressão beach rock, da literatura americana e européia, para caracterizar bancos de arenito jazendo na orla litorânea do nordeste brasileiro, onde recebem o nome de recifes (arrecifes).
– No litoral nordeste ocupa posições variadas em relação ao nível do mar. Os mais próximos à praia aparecem na baixa-mar, alguns penetram obliquamente praia adentro, enquanto outros já no domínio da antepraia, são apenas perceptíveis pela arrebentação. Em alguns pontos o topo é plano, em outros inclina-se em direção ao mar. Branner (1904), estudando essas formações denominadas reef stones, concluiu que seriam praias consolidadas por um cimento calcário veiculado por água doce. Mendes & Petri (1971) sugeriram que os “arrecifes de arenito” deveriam ser considerados mais como depósitos da plataforma do que da praia. Outros autores discutiram o assunto, mas prevalece o senso comum de que tais formações podem ser consideradas beach rock lato sensu.
HOLOCENO
O geólogo ressaltou ainda que Flexor & Martin (1979) estudaram “rochas de praia” no litoral baiano, e concluíram, após algumas datações absolutas, que os mesmos foram depositados no Holoceno, antes do nível do mar ter atingido o máximo de transgressão. O nível médio do mar esteve a cerca de 4,7 m ± 0,50 m acima do atual, quando a transgressão chegou ao máximo, a 5.100 anos atrás.
– Os arenitos do litoral baiano são quartzosos, com cimento calcário e restos de conchas de moluscos, principalmente. A estratificação varia localmente, assim como a textura. Alguns, como no caso do Rio Vermelho, apresentam nítida estratificação cruzada. Este depósito possui granulometria grosseira e conchas abundantes, podendo ter se originado no estirâncio da praia (FLEXOR & MARTIN, op. cit.). As idades obtidas pela datação de conchas selecionadas atingem cerca de 6.610 ± 120 anos e 6.635 ± 135 anos A. P. Para Flexor & Martin (op. cit.) o cimento teria sido gerado após a deposição em águas marinhas, ao contrário do que julgava Branner (op. cit.) que propunha água doce ( MENDES, 1984, p. 215). No litoral do Rio de Janeiro vem crescendo o número de ocorrências conhecidas. Em Ponta Buena, litoral de Campos, depósito de praia fóssil (arenito) com estratificação cruzada estão sobrepostos às argilas do grupo Barreiras (DIAS, 1981, p. 38-79). No extremo oposto, na baía de Sepetiba, ocorre arenito de praia citado por Francisco & Góes (1987). Ainda no litoral carioca a ocorrência do Recreio dos Bandeirantes foi discutida por Macedo (1971) e Gorini & Muehe (1971) – disse.
Em Cabo Frio, complementou, também existe um depósito dessa formação holocênica. Na Região dos Lagos a ocorrência é conhecida há mais tempo é a de Itaipuaçu, descrita por Muehe (1972), Muehe & Ignarra (1984), Souza (1988), Souza & Menezes (1990).
– Próximo a Saquarema, na praia de Jaconé, o palestrante Benedicto Rodrigues observou uma nova ocorrência durante o mapeamento geológico da região. Anteriormente, a primeira identificação de seixos de arenito de praia em sambaqui foi efetuada pelo geólogo ao analisar o material lítico do Sambaqui da Beirada, por solicitação da arqueóloga Lina M. Kneip (MN/UFRJ). Uma descrição dessas ocorrências, com destaque para a de Saquarema, foi apresentada pelo palestrante.
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