sábado, 20 de dezembro de 2008

A LITODIVERSIDADE FLUMINENSE-I

Por Benedicto Rodrigues *

A litosfera é a camada sólida que envolve o globo, situando-se entre a atmosfera e o manto, ela é constituída, principalmente, por rochas semelhantes as que afloram na superfície: granitos, migmatitos, basaltos, rochas metamórficas, rochas sedimentares, e mais profundamente por diabásio, rochas ultrabásicas etc., além do solo que se origina a partir da sedimentação dessas rochas.
Todas as rochas da crosta terrestre são formadas por minerais, que são elementos ou compostos inorgânicos. Ao todo são conhecidos mais de dois mil minerais, sendo que apenas cinco são os principais constituintes das rochas ígneas e são os minerais mais abundantes da crosta terrestre: feldspato, quartzo, piroxênios, anfibólios e micas, os outros minerais aparecem em menor quantidade, geralmente como minerais acessórios.
As rochas ígneas são formadas devido ao resfriamento do magma, que se origina na parte inferior da litosfera, Isto é, no manto.
Todas as rochas da crosta passam por um ciclo, através de processos geológicos externos (exógenos) e internos (endógenos). Os processos externos consistem em intemperismo ou meteorização, ou seja, a redução das rochas expostas na superfície da crosta terrestre sob a influência de agentes químicos ou físicos. O material desagregado é então transportado pelo vento, a água, o gelo ou ação da gravidade para outro local onde é depositado, começando um processo de sedimentação ou acumulação, que sofre compactação devido à pressão exercida pelas massas sobrepostas, originando as rochas sedimentares. Este processo chama-se diagênese.
Outro ciclo pode ocorrer a partir da diagênese: transformação da constituição mineralógica da rocha, condicionada especialmente pelo aumento da temperatura e da pressão, podendo produzir desde dobramentos até metamorfismo da rocha, o que pode também acontecer com as rochas ígneas.
Tanto as rochas ígneas, quanto as metamórficas e as sedimentares podem sofrer ascensão, expondo-se ao intemperismo ou a temperatura pode aumentar muito, resultando na fusão do material.
Os solos, ou seja, a porção da crosta terrestre formada por sedimentos, formam-se a partir de meteorização das rochas. O processo de meteorização se dá em duas fases: física e química que são a desintegração e a decomposição das rochas.
As plantas e os animais também desempenham papel importante na alteração das rochas. As raízes das plantas penetram em fraturas e durante seu crescimento desenvolvem uma força tal que ultrapassa a resistência da rocha, rompendo-a.
Além da ação dos restos vegetais decompostos que fornecem substâncias húmicas, outros seres vivos, em sua maioria pequenos, constituem agentes que desenvolvem atividades químicas destrutivas para as rochas. As superfícies das rochas são habitadas, normalmente por algas, musgos, liquens, bactérias, fungos etc. A atuação desses organismos é exercida pela secreção de produtos químicos que reagem com a composição da rocha. Outras plantas de ordem superior atacam as rochas pela necessidade de extraírem dela elementos como K, Ca, P, S etc. indispensáveis a sua subsistência.
Os solos, genericamente, são constituídos de matéria mineral, matéria orgânica, umidade e ar, o que cria a base para a sobrevivência dos seres vivos, desde os mais simples até os mais complexos. Não podendo a geologia ser esquecida ou inferiorizada na preocupação com o meio ambiente e no estudo da ecologia atual.
A preocupação de uma utilização verdadeiramente racional da terra tem proporcionado, nos últimos tempos, uma busca de metodologias adequadas que expresse as possibilidades do meio e que represente um aproveitamento equilibrado do ecossistema. O êxito da exploração da terra está no conhecimento de suas possibilidades e da relação que existe entre ela e o meio ambiente.
O meio físico é um complexo resultante da interação de um conjunto de fatores naturais e sua compreensão e conhecimento é fundamental para um manejo adequado, de modo que possa ser conservado e ter aumentada sua potencialidade produtiva.

*Geólogo, Vice-presidente do Centro Brasileiro de Arqueologia- CBA.
** Matéria para divulgação, permitida reprodução, desde que citado o Autor

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